Por que taxar os super ricos não funciona, nunca funcionou e nunca funcionará

Notas de dinheiro

Introdução

Neste artigo, vamos explicar por que taxar os super ricos não funciona, nunca funcionou e nunca funcionará. Para isso, vamos abordar três equívocos comuns sobre essa proposta, e mostrar como ela pode trazer mais prejuízos do que benefícios para a economia e para a sociedade brasileira. Vamos também apresentar algumas alternativas mais eficientes e justas para melhorar a arrecadação e o gasto público no Brasil.

Equívoco 1: Os super ricos são uma fonte inesgotável de recursos para o governo

Uma das ideias mais difundidas entre os defensores de uma maior intervenção estatal na economia é a de que os super ricos, ou seja, aqueles que possuem uma renda ou um patrimônio muito acima da média, deveriam pagar mais impostos para financiar políticas públicas voltadas para os mais pobres e reduzir a desigualdade social. No entanto, essa ideia é baseada em uma visão equivocada sobre a realidade tributária brasileira.

Segundo dados da Receita Federal, em 2019 havia apenas 206 mil brasileiros que declararam ter uma renda mensal superior a 160 salários mínimos, ou seja, cerca de R$ 160 mil. Esses contribuintes representavam apenas 0,1% do total de declarantes do Imposto de Renda, mas pagaram 20% do imposto arrecadado. Já os que declararam ter um patrimônio superior a R$ 80 milhões eram apenas 5.855 pessoas, ou seja, 0,003% do total de declarantes, mas pagaram 12% do imposto sobre a transmissão de bens.

Esses números mostram que os super ricos já pagam uma parcela desproporcionalmente alta de impostos no Brasil, e que aumentar ainda mais essa carga tributária teria um efeito muito pequeno sobre a arrecadação total do governo. Além disso, essa medida poderia gerar incentivos perversos para que esses indivíduos buscassem formas de sonegar impostos, transferir seus recursos para o exterior ou simplesmente deixar o país, reduzindo assim a base tributária e o potencial de crescimento econômico.

Equívoco 2: Os super ricos são apenas consumidores, e não investidores, empreendedores e geradores de emprego e renda

Outra ideia muito difundida entre os defensores da taxação dos super ricos é a de que eles são apenas consumidores de luxo, que gastam seus recursos em bens e serviços supérfluos e não contribuem para o desenvolvimento econômico e social do país. No entanto, essa ideia também é baseada em uma visão simplista e distorcida da realidade.

Na verdade, os super ricos não são apenas consumidores, mas também investidores, empreendedores e geradores de emprego e renda. Ao taxar excessivamente esses indivíduos, o governo estaria desestimulando a poupança, o investimento produtivo, a inovação e a criação de novos negócios. Isso teria um impacto negativo sobre a oferta e a qualidade de bens e serviços, a produtividade e a competitividade da economia brasileira.

Além disso, ao reduzir o retorno esperado dos investimentos, o governo estaria afetando também os pequenos e médios poupadores, que aplicam seus recursos em fundos de investimento, previdência privada ou bolsa de valores. Esses poupadores dependem dos rendimentos dessas aplicações para complementar sua renda ou garantir sua aposentadoria. Portanto, taxar os super ricos não seria apenas injusto, mas também contraproducente.

Equívoco 3: O governo seria capaz de utilizar os recursos arrecadados com a taxação dos super ricos de forma eficiente e transparente

O último equívoco comum entre os defensores da taxação dos super ricos é o de que o governo seria capaz de utilizar os recursos arrecadados com essa medida de forma eficiente e transparente, destinando-os para programas sociais eficazes e focalizados nos mais necessitados. No entanto, essa ideia também é baseada em uma visão ingênua e irrealista sobre o funcionamento do setor público brasileiro.

Na verdade, sabemos que o governo brasileiro é marcado por um alto grau de ineficiência, corrupção e desperdício de recursos públicos. Muitas vezes, os impostos pagos pelos contribuintes são usados para financiar privilégios de políticos e servidores públicos, subsídios para setores econômicos privilegiados ou obras superfaturadas e desnecessárias. Além disso, muitos programas sociais são mal desenhados e mal gerenciados, beneficiando pessoas que não precisam ou não cumprem os requisitos para receber os benefícios.

Portanto, taxar os super ricos não é uma garantia de que os recursos arrecadados seriam bem utilizados pelo governo. Pelo contrário, essa medida poderia aumentar o tamanho e o poder do Estado, abrindo mais espaço para a corrupção, o clientelismo e o populismo.

Alternativas mais eficientes e justas para melhorar a arrecadação e o gasto público no Brasil

Diante dos equívocos e dos problemas da proposta de taxar os super ricos, quais seriam as alternativas mais eficientes e justas para melhorar a arrecadação e o gasto público no Brasil? A resposta é que precisamos de reformas estruturais que simplifiquem e racionalizem o sistema tributário brasileiro, eliminem os privilégios e as distorções do setor público, e criem um ambiente saudável para investidores e o livre mercado.

Uma reforma tributária que simplifique e racionalize o sistema tributário brasileiro seria capaz de reduzir a carga tributária sobre o trabalho, o consumo e o investimento produtivo, estimulando assim a atividade econômica e aumentando a base tributária. Essa reforma também deveria eliminar as isenções, as deduções e as alíquotas diferenciadas que beneficiam alguns grupos ou setores em detrimento de outros, tornando o sistema tributário mais justo e transparente.

Uma reforma administrativa que elimine os privilégios e as distorções do setor público seria capaz de aumentar a eficiência e a transparência do gasto público, reduzindo os custos e os desperdícios. Essa reforma também deveria acabar com as vantagens salariais e previdenciárias dos servidores públicos em relação aos trabalhadores do setor privado, tornando o sistema mais equitativo e sustentável.

Faça um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem