Introdução
O filme de animação japonesa Akira, lançado em 1988, é um dos maiores clássicos do gênero cyberpunk, que mistura ficção científica, tecnologia avançada e distopia social. Neste artigo, vamos analisar como o filme aborda a ideia do aceleracionismo, que defende que a aceleração do desenvolvimento tecnológico e social é inevitável e desejável, pois levaria a uma ruptura radical com o sistema atual. Vamos ver como Akira pode ser visto como uma obra aceleracionista negativa, que mostra os efeitos catastróficos da aceleração sobre a humanidade, mas também como uma obra que sugere uma alternativa ao aceleracionismo negativo, que seria o aceleracionismo positivo, que acredita que a aceleração levaria a um futuro utópico.
O que é o aceleracionismo?
O aceleracionismo é uma corrente de pensamento que surgiu no final do século XX, influenciada por filósofos como Gilles Deleuze, Félix Guattari, Jean-François Lyotard e Nick Land. O aceleracionismo parte da constatação de que vivemos em uma época de mudanças aceleradas, provocadas pelo avanço da ciência, da tecnologia e da globalização. Essas mudanças afetam todos os aspectos da vida humana, desde a economia, a política, a cultura, até a própria natureza humana.
O aceleracionismo defende que a aceleração do desenvolvimento tecnológico e social é inevitável e desejável, pois levaria a uma ruptura radical com o sistema atual, que é visto como opressor, decadente e insustentável. O aceleracionismo se opõe ao conservadorismo e ao reformismo, que tentam frear ou moderar as mudanças provocadas pela tecnologia. O aceleracionismo também se divide em duas vertentes: o aceleracionismo positivo e o aceleracionismo negativo.
O aceleracionismo positivo acredita que a aceleração levaria a um futuro utópico, onde a humanidade se libertaria das limitações impostas pelo capitalismo, pelo Estado, pela religião e pelo próprio corpo. A tecnologia seria usada para criar novas formas de vida, de organização social, de expressão artística e de conhecimento. A humanidade se tornaria mais inteligente, criativa e feliz.
O aceleracionismo negativo acredita que a aceleração levaria a um futuro distópico, onde a humanidade seria dominada ou destruída pela tecnologia. A tecnologia seria usada para fins bélicos, experimentais e destrutivos, sem consideração pelos direitos humanos ou pela ética. A humanidade se tornaria mais alienada, desiludida e infeliz.
Como Akira aborda o aceleracionismo negativo?
Akira é um filme de animação japonesa de 1988, baseado no mangá homônimo de Katsuhiro Otomo. O filme se passa em uma Neo-Tóquio pós-apocalíptica, onde um grupo de jovens motociclistas se envolve em uma conspiração envolvendo poderes psíquicos, experimentos militares e uma seita religiosa.
Akira pode ser visto como uma obra aceleracionista negativa, pois mostra os efeitos catastróficos da aceleração tecnológica e social sobre a humanidade. A Neo-Tóquio é uma cidade caótica, violenta e corrupta, onde as autoridades são incapazes de controlar as tensões sociais e políticas. A tecnologia é usada para fins bélicos, experimentais e destrutivos, sem consideração pelos direitos humanos ou pela ética. Os personagens principais são alienados, desiludidos e sem perspectivas de futuro. O filme culmina com a explosão de uma nova bomba atômica, que destrói a cidade e abre um portal para outra dimensão.
Akira é uma crítica ao aceleracionismo negativo, pois mostra que a aceleração descontrolada pode levar ao colapso da civilização e à perda da identidade humana. O filme também denuncia os perigos de uma sociedade que se baseia na violência, na exploração e na manipulação. O filme questiona o papel da tecnologia na vida humana, e se ela é uma ferramenta de libertação ou de opressão.
Como Akira sugere uma alternativa ao aceleracionismo negativo?
No entanto, Akira não é apenas uma obra aceleracionista negativa, mas também uma obra que sugere uma alternativa ao aceleracionismo negativo, que seria o aceleracionismo positivo. No final do filme, os personagens que sobrevivem à explosão são aqueles que desenvolvem seus poderes psíquicos, que representam uma forma de evolução humana além da tecnologia. Esses personagens entram em contato com Akira, que é uma entidade cósmica que transcende o tempo e o espaço. Akira representa a possibilidade de um novo começo para a humanidade, um novo estágio de existência que supera as limitações do sistema atual.
Akira é uma obra que aponta para o aceleracionismo positivo, pois mostra que há uma esperança para a humanidade, que pode se reinventar e se adaptar às mudanças aceleradas. O filme também valoriza os aspectos espirituais, emocionais e criativos da vida humana, que são essenciais para o seu desenvolvimento. O filme propõe que a tecnologia seja usada com responsabilidade, consciência e harmonia, e não com violência, egoísmo e destruição.
Conclusão
Akira é um filme de animação japonesa que aborda a ideia do aceleracionismo, que defende que a aceleração do desenvolvimento tecnológico e social é inevitável e desejável, pois levaria a uma ruptura radical com o sistema atual. O filme pode ser visto como uma obra aceleracionista negativa, que mostra os efeitos catastróficos da aceleração sobre a humanidade, mas também como uma obra que sugere uma alternativa ao aceleracionismo negativo, que seria o aceleracionismo positivo, que acredita que a aceleração levaria a um futuro utópico. Akira é uma obra que questiona o papel da tecnologia na vida humana, e se ela é uma ferramenta de libertação ou de opressão. Akira é uma obra que propõe que a humanidade se reinvente e se adapte às mudanças aceleradas, sem perder sua essência e sua identidade.
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